TEXTO E DIREÇÃO: ADELI CARDOSO DE ANDRADE
PARTICIPAÇÃO: ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II.
ADAPTAÇÃO: GUILBERTO FERNANDES
CORONELISMO: Versa a história do início do período Republicano no Brasil (final do século XIX e começo do século XX), vigorou um sistema conhecido popularmente como coronelismo. Este nome foi dado, pois a política era controlada e comandada pelos coronéis(ricos fazendeiros).
(João encontra Maria lendo um livro na praça da cidade)
João - Oi Maria! O que você está lendo?
Maria – Encontrei um livro, muito interessante sobre o coronelismo no Brasil, que foi um período de práticas autoritárias e violentas comandas pelos coronéis, fato que ocorreu até aproximadamente em 1960.
João – Coronelismo! O que é isto?
Maria – Coronelismo era o titulo dado aos chefes políticos de um determinado local, que geralmente era dono de terras ou comerciantes, no período republicano. Na forma com que prestavam serviços ao poder executivos, os coronéis ganhavam prestígios e força.
João – Como assim?
Maria – Pois é! Os coronéis aproveitavam o fato de que as pessoas eram desinformadas e pouco educadas para motivá-las a fazer segundo o que lhe era proposto!
João – Isso que disse que os coronéis controlavam as pessoas da região e as obrigavam a realizar fatos e tomar decisões segundo a sua vontade?
Maria – Como possuía grande quantidade de colonos em suas terras e havia respeito seguido de medo por parte da população rural da região...
João-... Há isso eu sei, os coronéis formam regimes e tributos em sua região assim como manipular impostos e promover a candidatura de seu elegido! E os coronéis se achavam no direito de abusarem do deu prestigio para manipular as pessoas e até obrigá-las a fazer suas vontades.
Maria – Aqui mostram relatos de famílias, que obedeciam aos seus desejos, com medo da violência que poderiam sofrer, e temiam que seus sustentos fossem tomados.
(Entra em cena o coronel, seus comparsas e candidato e, conversando com as pessoas na feira).
Coronel – Bom dia seu José! Estou com meu candidato a governador do estado e, eu quero que o senhor vote nele, isto é! Com toda sua família. Aqui está o número do meu candidato.
José – Eu vou vota no seu canidato coroné, e agaranto os voto da famía tombem, sabe coroné, é qui to precisano dumas sandálias e colchões de paia pus mininos, qui ganho é poco e nu dá pá eu cumpa.
Coronel - Pode deixar! Eu vou apresentar o meu candidato pra sua família, e aproveito para levar os calçados e os colchões para os meninos.
(Alguns dias depois, o coronel chega à casa de José).
Coronel – Oh de casa!
Madalena – Já vai! Boa taide seu coroné, enti a minha casa é simples, mais fiqui a vuntade qui vó chama sé.
José – Boa taide coroné!
Coronel – Estou aqui como prometi por senhor, e trouxe os calçados e os colchões dos meninos, a partir de agora os meninos não vão dormir no chão, e nem andar descalços.
José – Muito brigado seu coroné, eu fico grato pela sua ajuda.
Coronel – De nada seu José! Agradeça também meu candidato que é um bom homem e honesto. E lembre-se dos votos que o senhor prometeu a ele, e a mim!
José – Mai coroné, é que noi nu temo pape de regito pá voita.
Coronel – Pode deixar que eu providencie isto! E no dia da ele
ição vai está tudo certo.
José – E agora! O que vou fazer Madalena? Se noi nu vota no canidato do coroné, ele vai ficar uma fera!
Madalena – É meu veio, vamu atender o pedido do coroné, puiqué podi acuntice aguma coisa de rui pá noi.
José – Océ ta ceita mia veia, vamu voita nu canidato do coroné, pá noi potege do pio.
(Um mês depois, o coronel e seus capangas vão para cidade, encontrar com algumas famílias)
Coronel - Nossa que família bonita o senhor tem seu Sebastião, estou fazendo campanha para meu candidato a governador do estado, então estou aqui para lhe entregar o número dele, leve sua família para votar nele, estamos entendidos?
Sebastião – Sim seu coroné, tamo entendido!
Coronel – Eu vou está lá no dia da eleição, agente se encontra lá, até mais!
Juscelino – To deveno muito na venda do coroné, fi a feira mei passado e nu cunsegui paga as compa qui fi, to sem saber o qui fazer pá feira du mei, minha conta ta crecendo, tenho muita vuntade de sair da fazenda, só qui todo mei to deixando fiado.
Sebastião – carma cumpade, cunversi com o coroné, quem saber ele acha uma sulução.
Juscelino – Eu fico com muito medo dele ficar cum raiva quando eu cuntar o tamai da conta, memo assim vó cunversar cum ele, seja qui Deus quiser! Seu coroné eu quiria um dedo de prosa cum sinhor é sobi minha conta. Seu coroné, eu vou tabaia mai, cum a famia, pá cunseguir pagar tudo qui lhi devo, mai num posso ficar sem fazer minha feira du mei pá os mininos.
Coronel – Hum! Juscelino, a sua divida está crescendo muito, como é que você vai me pagar o que deve?Certo Juscelino, eu vou liberar um vale pra você, mais é só este mês, trabalhe para pagar logo está divida. E em trocar do favor que estou fazendo o senhor vai votar no meu candidato, e agora suma da minha frente.
Juscelino – Muito obrigado seu coroné, o sinhô é mesmo um homi de Deus!
Coronel – Compadre Joaquim! Como vai a família, e a comadre? Estou aqui para meu pedir ajuda para meu candidato a governador do estado, estou precisando o eleger, para que eu consiga verbas para desenvolver a cidade. Eu posso contar com todos vocês? Você sabe não é compadre, é por bem da nossa cidade!
Joaquim – Eu sei coroné, o sinhor pode cuntar cum noi, fiqui tanquilo si depender do nosso seu canidato será eleito.
Candidato – Sabe coronel se o senhor mim, eleger, eu mesmo falarei com o presidente Campos Sales em troca deste apoio a liberação de verbas federais.
(Comício)
Som de banda de música ao fundo
Candidato – Senhor presidente, preciso que o senhor ajude o meu estado, preciso construir estradas e indústrias, para o meu povo trabalhar e assim a nação vai crescer e ser desenvolver.
Presidente - Eu posso lhe ajudar! Eu ajudarei o desenvolvimento do seu estado, mas para isto eu preço votos para minha eleição, junto com o apoio do coronel e do povo dessa linda cidade! Pois só assim seremos uma nação forte e unida!
Povo – muito bem doto!
(Dia da eleição)
Coronel – Bom dia! Estou aqui com meus eleitores, e eles querem votar no meu candidato, à senhora de um jeitinho para eles saírem logo daqui!
Carolina – Sim coronel é pra já, sente um pouco.
Coronel – Eu não posso mim, demorar, tenho outros afazeres! Sinfôncio! olhe para que tudo corra transcorra bem, eu não quero supressas!
Sinfôncio – Pode deixar coroné, tudo estará nos conforme!
Coronel - Estou aqui com outros eleitores, me atenda logo, porque eu vou viajar para capital daqui alguns minutos.
Carolina – Espere um pouco coroné, aqui tem documentos de pessoas que já faleceram!
Carolina - A senhora este louca! Jamais eu iria trazer pessoas com documentos de alguém que já faleceram para votar, preste atenção no seu trabalho ao invés de falar bobagens.
Carolina – Sim senhor, eu acho que estou ficando louca mesmo!
(contagem dos votos)
Sinfôncio – Coroné! Seu canidato ta perdendo.
Coronel – Mais como assim está perdendo? Dona Carolina deixe-me ver estas urnas.
Carolina – Ó senhor ficou doido coronel, é contra a lei!
Coronel – Fique à senhora sabendo que a lei aqui sou eu! E tome alguns votos do meu candidato e coloque na urna.
Carolina – Mas os números não vão bater!
Coronel – Pois é bom que batam, senão quem vai sair daqui batida é outra coisa!
João - Ainda bem que esse tempo mudou hoje as pessoas tem mais liberdade, e o melhor vivemos numa época em plena democracia.
Maria – Só em pensar que o povo brasileiro sofreu tanto com esse sistema, e que na realidade pouca coisa mudou. Em muitas regiões do nosso país, existem pessoas pressas ao trabalho escravo e amedotadas por fazendeiros e empresários e a venda de votos em troca de favores políticos é muito presente.
Todos – Não venda seu voto, não faça dele uma arma contra você!
*No final os personagens distribuem os santinhos, ou seja pedindo voto e sai entregando também aos convidados
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